segunda-feira, 29 de julho de 2024

Inebriados

O que é que Barcelona, as ilhas Baleares e Sintra têm em comum? Aparentemente nada, substantivamente tudo.

Assistimos, nestes três locais, a protestos distintos, mas cuja matriz é similar: motiva-os o turismo excessivo e a consequente perda de qualidade de vida dos residentes destas cidades (e regiões).

Nos Açores, afirmamos não querer ser um destino turístico massificado, mas a nossa acção colectiva aponta em sentido contrário.

Apesar da distância a que nos encontramos, os efeitos da intensificação da actividade turística já se fazem sentir e nem os conseguimos ignorar, sejam eles no congestionamento do trânsito (e da presença do número exponencial de carros de aluguer), ou no aumento do custo de vida, em particular, na habitação.

Nada tenho contra o turismo, nem contra quem dele vive, bem pelo contrário.

O que importa ressalvar é que a gestão do espaço (e do interesse) público não se faz por osmose; implica discussão e planeamento, fugindo à simplificação de toda a política pública (local e regional), que tem por justificação o turista e não o residente.

Fluímos ao sabor da maré (cheia), inebriados por uma ilusão momentânea.


[+] publicado na edição de 26 julho 2024 do Açoriano Oriental

sexta-feira, 12 de julho de 2024

CulturAçores

A revista “CulturAçores – Revista de Cultura” comemora, este ano, 10 anos com a publicação da sua 15ª edição e de um caderno especial com a recolha de múltiplos testemunhos sobre o “Pensar a Cultura d(n)os Açores.”

Este tem sido um espaço de divulgação privilegiado dos serviços externos da Direcção Regional da Cultura e das entidades com as quais colabora, evidenciando o importante trabalho desenvolvido por técnicos e especialistas, nem sempre reconhecido, e vezes demais, não nas melhores condições, materiais e financeiras.

No espaço de uma década assistimos a um conjunto impressivo de alterações na dinâmica artística e organizacional dos agentes criativos e culturais do arquipélago.

Contudo, há questões que não perdem actualidade, nomeadamente, aquelas que significam incremento orçamental, objectivos estratégicos e uma visão de futuro (que não implique pensar a cultura como um bibelot ou a guardiã das tradições e do património).

No estado (actual) das coisas, a geografia (cultural) da(s) ilha(s) passou a ser a que nós lhe quisermos (saber) dar.

PS: A propósito da intenção da JSD em criar a marca “Cultura Açores”, informa-se que a mesma está registada desde Abril de 2011, pela Região, com o nº 478805.

[+] publicado na edição de 12 julho 2024 do Açoriano Oriental

sábado, 6 de julho de 2024

Insólito

Exemplo concreto (e insólito) de uma região assimétrica. Este anúncio foi publicado hoje no Diário Insular. Em São Miguel, como em todas as outras ilhas, procura-se quem procure mas tem sido difícil...encontrar.