quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Recolha [selectiva]

Rua do Perú, Ponta Delgada, 26 de Agosto'10













Este é o cenário pré e pós-férias no 'meu' ecoponto. O problema é 'antigo'. A resolução também. Mas sem uma recolha eficaz não há triagem que resista.

Apesar das conquistas recentes temos ainda um longo caminho a percorrer no que à recolha selectiva diz respeito. Bem como, na adesão das populações, no número e no formato dos ecopontos e na qualidade daquilo que é triado. Mas se quem faz a recolha não o faz com a regularidade que se exige - qual o garante do 'resultado final'?! Esta situação é desmobilizadora para quem tria?! Produzimos mais lixo em Agosto?! Há mais funcionários municipais de férias?! As pessoas gostam mais do azul?!

Esta problemática não é exclusiva das entidades oficiais, na medida em que o papel de cada um é fundamental para que o processo resulte. Temos todos de aprender a reduzir, cativar quem não separa o lixo em casa e exigir melhores serviços a quem faz a recolha dos resíduos urbanos.

Por estes dias tenho andado, literalmente, com o papel (e derivados) às costas...

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Por estes dias

Fotografia Jorge Góis









O Mundo na sua simplicidade.

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domingo, 15 de agosto de 2010

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O mundo decadente do dr. Pacheco Pereira
O dr. Pacheco Pereira decidiu fazer na revista Sábado um conjunto de comentários sobre a criação artística contemporânea em Portugal. O teor dos comentários indicava essa obsessão que o político tem por controlar tudo o que aparece no espaço público e revelava nos mesmos comentários que o seu mundo de referências culturais para a arte é um mundo decadente. O dr. Pacheco Pereira, que é o político que mais espaço ocupa na comunicação social, tem um desejo incontido de querer arregimentar o país. O dr. Pacheco Pereira quer arregimentar a relação dos jornalistas com os políticos (lembramo-nos todos do triste episódio quando, enquanto líder da bancada do PSD, quis impor normas de acesso dos jornalistas aos deputados da AR), quer impor quais são os bons e os maus jornais, quer decidir quais as boas e as más notícias. No programa que tem na SIC, supostamente sobre comunicação social, é constrangedor ouvir o elevado número de lugares- comuns que profere sobre jornalismo, sem apresentar qualquer fundamentação teórica, quer dos cânones das ciências da comunicação, quer das teorias mais recentes sobre comunicação em espaço público. Muito recentemente, o dr. Pacheco Pereira achou que também tinha algo a dizer sobre como arregimentar as artes em Portugal, em particular sobre todas as actividades artísticas que não conhece. E porquê? Porque se considera a si próprio um legislador de poéticas possíveis e autor de expressões que acha que são de um enorme contributo para a vida intelectual portuguesa, como esse exemplo de uma finura invulgar que é a palavra "culturalês", que ele criou para aplicar à linguagem utilizada por artistas. E vai daí, e do lugar da sua decadência cultural, tratar de opinar sobre o discurso das artes performativas em Portugal.

Ao comentar como comentou um conjunto de grupos e de espectáculos o dr. Pacheco Pereira demonstrou o desconhecimento que manifesta em tudo o que diz respeito à cultura e à arte contemporâneas. Pese embora não ver os espectáculos sobre cujos anúncios e o conteúdo se pronuncia, e pese embora, como o afirmou, ver filmes em casa, em DVD, do mesmo modo que alguém pode dizer que viu a Gioconda num calendário, o dr. Pacheco desta vez decidiu investir contra os artistas portugueses, porque não entende como estes possam ser subsidiados pelo Estado e pelos contribuintes, quando ele acha ridícula a linguagem por estes utilizada. O dr. Pacheco Pereira, que parece desconhecer que nos países da União Europeia, no Canadá e nos EUA a maioria das actividades produtivas são subsidiadas das mais diversas formas: da agricultura à investigação científica. É um defensor dos mercados, desde que estes se comportem conforme ao seu mundo próprio, mas de facto nada sabe do mercado das artes, nem de subsídios como estratégias possíveis de criação na formação, nem de outras formas de investimento na criação de massa crítica. No seu mundo decadente os artistas e as personagens históricas nascem já como génios ou como personagens históricas, não experimentam, não falham, não erram, não persistem. A ignorância do dr. Pacheco Pereira é grande no que diz respeito às artes contemporâneas e à evolução que as suas múltiplas formas têm tomado desde as vanguardas da década de 1970. E por isso estranha que se conceba e realize um espectáculo para cinco pessoas. Há espectáculos para cinco, para um, para dez ou para centenas de espectadores e não é pela quantidade de público que se determina a sua qualidade, nem tão-pouco há uma relação directa entre custo e qualidade. O dr. Pacheco Pereira deveria saber que a arte exige um pensamento sofisticado e que, a pronunciar-se sobre ela, deveria ter estudado, visto, investigado. Talvez, se tivesse lido alguns textos de Hal Foster, Didier-Huberman, Jacques Rancière, Giorgio Agamben, Penny Phelan, Susan Foster, Homi K. Bhabha, André Lepecki, ou mesmo alguns de autores mais antigos, como algumas páginas de Crítica da Faculdade de Julgar, de Kant, no que diz respeito à autonomia da arte ou Organon de Brecht no que diz respeito aos heróis demasiado humanos, não tivesse proferido tão soberbas opiniões. Afinal, toda avaliação do dr. Pacheco Pereira sobre os artistas que fazem arte contemporânea baseia-se em provas, em argumentação? Não, é apenas a sua opinião.

Quero com isto dizer que todos os artistas portugueses são bons e o que fazem é excelente? Não. Há alguns muito pouco interessantes e há obras que muitas vezes nos levam a lamentar o tempo passado a contemplá-las. Mas o contrário também é verdadeiro e bastante mais frequente: há artistas contemporâneos em Portugal a criar obras fantásticas, que alargam o mundo, que alargam a nossa percepção do mundo e nos transformam. E tal como na investigação em todos os ramos das ciências, na criação artística existem falhas, cometem-se erros e há tempo perdido, mas isso faz parte da natureza da produção contemporânea.

Este tipo de artigos, como o do dr. Pacheco Pereira, não é inocente. Antes prepara e condiciona a opinião pública, que já muito facilmente considera como desperdício os subsídios concedidos aos artistas, apresentando-os como portadores de uma linguagem cifrada, inspirando-se e criando sobre coisas materiais do quotidiano e não bélicas, que é o que entusiasma o dr. Pacheco Pereira
. Mais uma vez, um pouco de estudo sobre a história da arte e ele perceberia que os quartos do hotel e o quotidiano de que falava o performer são matéria de trabalho artístico numa história que pode ser encontrada tanto em Bizâncio como nos infortúnios no cinema de Apiachtpong. Este tipo de artigos feitos a partir, de facto, de um lugar decadente, de um lugar sem esperança, são na sua falsa cautela com o erário público de uma enorme perversidade, pois servem de pretexto para retirar os subsídios aos artistas, porque supostamente o que estes produzem fica aquém dos mínimos. Será que o dr. Pacheco Pereira já se questionou se o que ganha, tal como os seus colegas deputados, e que representa duas vezes e meia mais do salário de um artista português das artes performativas a recibos verdes, pode parecer-nos excessivo, dado que aquilo que vemos produzir por si e pela grande maioria dos seus colegas nos parece ser absolutamente irrisório? Ao que nos é dado ver de fora da AR através dos jornais e da TV, porque havemos de continuar a subsidiar os senhores deputados que produzem pouco, que têm uma linguagem pobre, maioritariamente desprovidos de qualquer criatividade política? Não, não estamos já a diabolizar os políticos-deputados. Seria de uma enorme leviandade, pese embora que nos daria algum prazer imaginar que numa legislatura, apenas numa, como experiência, o orçamento da Assembleia da República fosse trocado pelo do Teatro S. Carlos e vice-versa.

Um dos problemas dos artistas portugueses é o de muitas vezes não saberem comunicar. Sim, deveriam saber escrever bom português como todos os cidadãos, mas não é isso que se espera deles: espera-se mais, espera-se que sejam capazes de transmitir a singularidade da sua obra, e para isso há especialistas que o fazem e bem mas... custa dinheiro. E portanto são eles que o fazem; mal sim, e às vezes com uma dose de ligeireza que não é correcta, mas que deriva da enorme instabilidade financeira em que vivem na maioria dos casos. Mas imaginemos que o dr. Pacheco Pereira, nas suas aulas de história política, queria explicar o Lago dos Cisnes aos seus estudantes. Se tem recursos financeiros para isso contrata uma companhia de ballet para que os estudantes possam ver a obra a que se refere. Se não tem tais recursos, será ele próprio a interpretar o papel do Príncipe Sigfried e a ter de executar os vários entrechats, pirouettes, grands jetés à frente dos seus estudantes. Não me parece que a solução fosse mais feliz e mais convincente que a prosa do Miguel Bonneville sobre a sua performance [na foto] e que foi o alvo da grande crítica e indignação do historiador.

Não vivera o dr. Pacheco Pereira no seu mundo decadente e politicamente autocentrado e deveria admitir a sua enorme ignorância em muitas matérias, e em arte em especial, e então talvez começar por estudar, ler e voltar a estudar e depois ver espectáculos, e cinema, e ouvir música numa sala de concertos, e gostar ou desgostar, entusiasmar-se ou angustiar-se, emocionar-se, se ainda for capaz, e admitir a estranheza ou exaltar-se com a beleza que pode emergir no mundo de hoje, e então pronunciar-se. De outro modo tudo não passará de uma visão decadente sobre o mundo, revelando uma obscenidade preconceituosa contra a produção artística contemporânea
.

Os bolds são meus... O artigo?! Sublinho-o na íntegra.

* António Pinto Ribeiro, Ensaísta e programador cultural
** Publicado na edição de 13 Ago'10 do Público

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nas Flores

Fotografia Mário Nelson Medeiros









O Governo anunciou que vai avançar com o plano de ordenamento das bacias hidrográficas das lagoas: Branca, Negra, Funda, Comprida, Rasa, Lomba e Patos.

Mais um importante instrumento de salvaguarda ambiental que se exige e impõe.


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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sei o que Fizeste no Verão Passado



O país 'arde'.
E o PR?! Nem "vê-lo". Esperem...
Afinal interrompeu...as férias.
Mas não falou à nação.
Ainda.
Aguardemos...pois, serenamente ou nem tanto.

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

10 anos

João Decq na ArteLisboa'09















Pode até parecer pouco… Mas 10 anos na vida de uma galeria de arte, na periferia da periferia europeia, é um feito considerável.

A intenção dos seus proprietários, expressa na inauguração em 18 de Julho de 2000, foi a de disponibilizar aos artistas, de forma regular, um espaço adequado para a exposição das suas obras, e ao público, uma programação qualitativa e a oferta de condições propícias à fruição estética.

A "única galeria açoriana de arte contemporânea de perfil nacional" (Vanessa Rato, Público 26 Out’09) iniciou a sua actividade com um núcleo restrito de artistas, maioritariamente naturais dos Açores, mas, no decorrer destes 10 anos, que agora culminam, conseguiu ser um espaço atractivo para artistas nacionais e estrangeiros.

Para que tal tivesse acontecido, traçou, desde o início, uma linha programática consistente, exigente e atempada, com carácter anual. Coisa rara entre nós.
Esta prática possibilitou e possibilita a gestão eficaz da informação junto dos visitantes, a aproximação às comunidades educativas, a criação de uma "zona de conforto" junto de coleccionadores e no agenciamento das suas aquisições.

O primeiro acto público da nova Galeria aconteceu simbolicamente com "Os primeiros frutos", de Urbano, que marcou o "regresso à ilha" deste artista, depois de uma ingressão pela Slade School of Arts, de Londres, e pela Galeria 111, em Lisboa.

Este momento marcou o início de um percurso importante para a comunidade artística residente e fez com que houvesse um incremento no "mercado de arte" local, embora tenhamos de ter em conta a sua dimensão diminuta mas, ainda assim, interessante.
São vários os artistas que marcam o histórico destes 10 anos de actividade, dos quais gostaria de destacar: Ana Vieira, Augusto Alves da Silva, Bartolomeu dos Santos, Catarina Branco, João Decq, Maria José Cavaco, Pedro Cabrita Reis, Pedro Proença, Rui Chafes, Sandra Rocha, Sofia de Medeiros, Tomaz Borba Vieira, Victor Almeida, entre tantos outros.

Mas nem só de exposições vive o espaço da Galeria. No decorrer desta década, tem organizado um número significativo de actividades complementares, que funcionam como elemento formativo e informativo, bem como tem desenvolvido uma acção de relevo na captação e na fidelização de um público que se quer, e que é, nestes dias que correm, mais exigente.

Este espaço cultural tem cumprido uma verdadeira missão de serviço público na promoção dos seus artistas e da Região no exterior, por intermédio da participação em feiras nacionais e internacionais, com menção obrigatória para as presenças na "Arte Lisboa", bem como, em Espanha, nas feiras de Cáceres, Santander, Vigo, Valencia e Madrid, naquela que é a mais mediática feira ibérica e uma das mais reputadas a nível mundial - a "ARCO".

A Galeria Fonseca Macedo é um bom exemplo de uma entidade que soube capitalizar e potenciar os apoios institucionais que lhe foram atribuídos, utilizando-os em prol do aumento da sua notoriedade.

Esta estratégia tem produzido os seus frutos e tem vindo a colher uma atenção crescente de críticos de arte, galerias e coleccionadores internacionais, o que não deixa de ser apreciável, se considerarmos as cumplicidades do meio, as suas complexas regras de funcionamento e a incerteza, fruto da crise por que passa este mundo globalizado.

Pelo contributo e pela singularidade da actividade em questão, deve ser dado todo o estímulo e reconhecimento aos seus responsáveis, artistas, colaboradores e público, que fizeram desde espaço cultural um caso de sucesso. Os meus sinceros Parabéns!

Alexandre Pascoal
Julho 2010


* Adaptação do voto de congratulação efectuado a 15 de Julho’10 na ALRAA
** Publicado na edição de 29 Jul'10 do Açoriano Oriental

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Requiem

CPBC @ Teatro Micaelense, Dez'07 - Fotografia Fernando Resendes















Morreu o homem que iluminava os palcos portugueses
Estas últimas semanas têm sido particularmente negras para as artes e para o jornalismo.

Há pessoas que nos marcam por mais indelével que seja a sua passagem. Orlando Worm foi uma delas. Estivemos poucas vezes juntos mas em qualquer uma delas deixou ficar a sua marca de "(...) um ser humano raro, de um grande senhor", parafraseando Luís Miguel Cintra.

Tenho pena de não o ter conhecido melhor...

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Lido

«(...) "É irónico que o Google se tenha comovido quando foi censurado na China e depois censure vídeos que expõem um prisma criativo", acusa ela. "Vimos Saddam Hussein a ser enforcado. Vimos tropas do Sri Lanka a torturarem e a mutilarem pessoas em vídeos horrendos no YouTube. Mas, quando se trata de arte, censuram-na."»
Declarações contundentes de MIA no Y de 6ª feira passada, na antecipação da sua passagem (ontem) pelo palco do Sudoeste.

Artigo e suplemento já estavam na lista de espera para a leitura periódica.

No entanto, tenho que agradecer o alerta do Activismo.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Regressos
















 No barómetro da blogosfera açorica há a registar 2 reincidências de vulto: o Entramula e Um Blog Tipo Assim.

Os votos para que este regresso ao convívio seja duradouro.

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A andar é que a gente se entende



Os percursos pedestres (www.trails-azores.com) são um dos produtos com maior notoriedade turística da Região.

Este é um trabalho em curso. E temos todos, ainda, muito por onde trilhar.

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Viagens

















E que tal explorar os Açores & arredores a bordo do National Geographic Explorer?!

Tempting - é o que me apraz dizer.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Online















O novo site do Programa “Estagiar” está no 'ar' desde as 00h00 de hoje, 01 de Agosto.

Neste espaço será possível a realização de candidaturas online ao Programa “Estagiar”, nas suas 3 vertentes  L, T e U. 

Para além do sítio, e das funcionalidades que ele comporta, existem novas regras no funcionamento dos programas de estágio promovidos pelo Governo.

Uma actualização que se impunha.

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