A discussão sobre a igualdade de género não se resume a uma questão da falta de representatividade em lugares institucionais, e se os mesmos devem, ou não, ser preenchidos por quotas.
As quotas já se provou ser um mal necessário, porquanto não
devia sequer existir um recurso para garantir algo basilar, sendo que,
obviamente, o mérito extravasará qualquer quota, seja ela de género ou de outra
coisa qualquer.
Nos Açores, as mulheres representam 51,2% da população (para
um total de 236.413 residentes) e, na última década, assistimos a uma
progressão significativa da sua integração na vida activa atingindo as 55.746
(46%) para um universo de 121.164 indivíduos (em 1996 era de apenas 35%).
Apesar das enormes conquistas, da sua centralidade e
importância, a secundarização do papel da mulher na sociedade açoriana é,
ainda, algo enquistado a que urge dar prioridade.
A este propósito, a Assembleia Legislativa dos Açores tornou
pública a lista de agraciados no Dia da Região, das 27 insígnias honoríficas
açorianas previstas, 15% destinam-se a mulheres, uma a título póstumo.
Simbolicamente, há homenagens que só devem acontecer em vida.
+ publicado na edição de 28 abril 2023 do Açoriano Oriental
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