Entre concertos e a promoção do seu novo filme, Woody Allen falou com Ricardo Araújo Pereira para lhe dizer que teve “sorte” toda a sua vida.
Na cerimónia dos Globos de Ouro - A Garota Não, num dos
discursos mais emotivos da noite, referiu que: “Há quem tenha muita sorte. Asorte, a mim, tem-me dado muito trabalho”.
Nestes dois exemplos, a genialidade e a criatividade não são
fruto do acaso.
Nos Açores, o projecto de governo em curso, exaspera por
novembro, numa cadência, pouco sincopada, para satisfazer os novos centros depoder, com recurso a medidas à la minute, embrulhadas na ilusão dos números.
A execução do investimento é historicamente baixa e o
artificialismo da (des)governação fica patente pela gestão do episódio dos
sub-23 do Santa Clara e pelo desinteresse (realista) da
sociedade civil em torno do Acordo de Parceria Estratégica, assinado há cerca
de um mês, o qual não obteve, até ao momento, a adesão de mais parceiros sociais.
Tal como a canção dos Talking Heads, magistralmente
interpretada por David Byrne, seguimos, alegremente, “on
a road to nowhere”.
[+] publicado na edição de 13 outubro 2023 do Açoriano Oriental