sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Artificialismo(s)

Entre concertos e a promoção do seu novo filme, Woody Allen falou com Ricardo Araújo Pereira para lhe dizer que teve “sorte” toda a sua vida.

Na cerimónia dos Globos de Ouro - A Garota Não, num dos discursos mais emotivos da noite, referiu que: “Há quem tenha muita sorte. Asorte, a mim, tem-me dado muito trabalho”.

Nestes dois exemplos, a genialidade e a criatividade não são fruto do acaso.

Nos Açores, o projecto de governo em curso, exaspera por novembro, numa cadência, pouco sincopada, para satisfazer os novos centros depoder, com recurso a medidas à la minute, embrulhadas na ilusão dos números.

A execução do investimento é historicamente baixa e o artificialismo da (des)governação fica patente pela gestão do episódio dos sub-23 do Santa Clara e pelo desinteresse (realista) da sociedade civil em torno do Acordo de Parceria Estratégica, assinado há cerca de um mês, o qual não obteve, até ao momento, a adesão de mais parceiros sociais.

Tal como a canção dos Talking Heads, magistralmente interpretada por David Byrne, seguimos, alegremente, “on a road to nowhere”.

[+] publicado na edição de 13 outubro 2023 do Açoriano Oriental

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