Por estes dias (difusos) a discussão em torno do Serviço Militar Obrigatório (suspenso há 20 anos) voltou sub-repticiamente (ou daí talvez não) à agenda mediática.
Assumir que a falta de efectivos das Forças Armadas Portuguesas
se resolve com a reintrodução do SMO ou que este serve de correctivo a sectores
da sociedade com comportamentos desviantes é, simplesmente, um erro e um
retrocesso.
Utilizar este argumento como arremesso preventivo para a
inevitabilidade de uma guerra no teatro europeu é, ainda, mais perigoso.
Não comungo de um regresso ao SMO mas não ignoro a
importância da necessidade de investir, modernizar e reorganizar o exército
português, sem o peso da guerra colonial, mais pequeno, mais ágil, profissional
e bem equipado.
A sua missão será sempre de defesa da soberania nacional,
cumprindo escrupulosamente com os nossos compromissos e alianças
internacionais, mas devíamos, sobretudo, caminhar para uma vocação
especializada na relação com (tant)o Mar, através de uma eficaz fiscalização e
vigilância da zona económica exclusiva (e que no caso dos Açores é imperativo).
O futuro não se cumpre com soluções passadas.
[+] publicado na edição de 05 Abril 2024 do Açoriano Oriental
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