sexta-feira, 24 de maio de 2024

Avenida Marginal

A Avenida Marginal Avenida Marginal não é uma revista, é uma antologia ou um (pequeno grande) livro de contos, publicada, pela primeira vez, no ano anterior àquele em que o mundo parou (2019).

A editora Artes e Letras Artes e Letras (e a livraria Solmar) desempenham um papel fundamental no apoio e na promoção da cultura da cidade, dos seus autores, assumindo-se como referência (dos Açores) no todo nacional.

Este projecto editorial tem proporcionado, desde o primeiro número, um diálogo enriquecedor entre diferentes gerações de escritores e tem apresentado uma diversidade arquipelágica de autores, todos com uma ligação aos Açores, em particular, a São Miguel e a Ponta Delgada, nela: “não cabe somente uma ilha, cabe o mundo” (sintetiza Rui Pedro Paiva).

A Avenida Marginal é um contributo, e um precioso recurso, para desbravar um caminho sinuoso, cuja missão presta um verdadeiro serviço público no estímulo à inovação literária e na descoberta de novos nomes no ecossistema literário local.

Manter uma livraria e uma editora é (hoje) um acto de amor (e militância), mas sobretudo de resistência. 

[+] publicado na edição de 24 maio 2024 do Açoriano Oriental

domingo, 12 de maio de 2024

Crítico

São Miguel encontra-se numa situação sem paralelo, a ilha mais populosa do arquipélago está sem hospital público.

Não estamos a falar (apenas) de um edifício, é a estrutura de saúde de referência em qualquer plano de emergência (municipal e regional), garantindo uma multiplicidade de respostas (médicas) que se estende ao todo da região.

Os constrangimentos com o encerramento abrupto daquela unidade de saúde estão, ainda, a ser contabilizados, sendo que aqueles que necessitam de assistência continuada viram agravada a sua qualidade de vida.

Felizmente, não existem vidas a lamentar e é de louvar o empenho de todos os profissionais envolvidos no combate ao incêndio, na evacuação e no acolhimento de doentes.

Perante esta condição impensável, há quem considere a construção de um novo hospital (como se isso fosse possível realizar num curto espaço de tempo), quando o que importa garantir, neste momento, é como dar resposta à “situação absolutamente crítica do Sistema Regional de Saúde e da capacidade hospitalar fundamental e imprescindível às populações” (Guilherme Figueiredo).

O carácter crítico desta ocorrência exige celeridade e competência, sem deixar cair a responsabilidade num manto de opacidade. 

[+] publicado na edição de 10 maio 2024 do Açoriano Oriental