quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Trabalho em rede


Foto Net-Map @ Visual Complexity

Em Ponta Delgada deu-se início ao processo de restituição de um Cineclube à cidade. Tempos houve em que a necessidade o justificou. Por motivos que não cabe aqui explicar, este encerrou a sua actividade. Mais recentemente, por acasos e causalidades momentâneas, podemos considerar que tal deixou de se justificar. Hoje por razões, que nem só a crise explica, muitos clamam a sua existência.

Pertenci a um núcleo que, durante alguns anos, promoveu o cinema nas suas várias vertentes, em São Miguel. A reabilitação do cineclube na cidade e na ilha - pois defendo que não podemos circunscrever a acção do mesmo ao perímetro urbano - é uma ideia antiga, mas que toma forma só agora, sobretudo por questões de ordem técnica, bem como, é certo, pela conjugação de vontades várias.

Com este exemplo gostaria de chamar a vossa atenção para a necessidade e o incremento que deve ter, independentemente dos sectores de actividade, o trabalho em parceria ou em rede. Não só o espaço físico que nos rodeia é finito e escasso, os recursos financeiros também são. Multiplicar infra-estruturas sem planear o seu funcionamento futuro revela-se como um risco especulativo, e se em alguns casos ele é controlado, noutros é contraproducente e irresponsável.

Faço minhas as palavras do presidente do Governo dos Açores quando declara “a absoluta necessidade de as Instituições Particulares de Solidariedade Social, as Casas do Povo, os centros paroquiais e as Misericórdias actuarem cada vez mais em rede” (...) “que os Açores não são uma região rica e que não é possível dotar cada infra-estrutura de toda a panóplia de equipamentos” e “que todas essas instituições devem ter a capacidade de comunicarem entre si, de aproveitar recursos comuns e de partilhar experiências e públicos destinatários”, reforçando, por esta via, a ideia de articulação, como meio de melhorar a eficiência das instituições públicas e privadas na área social.

A acção política não acaba na obra e muito menos no acto da inauguração. No entanto, há quem não pense assim e governe a cogitar o retrato.


* Publicado na edição de 15/12/09 do AO
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