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Academia das Artes dos Açores foi fundada a 5 de Agosto de 1980, então com o nome de Academia Livre das Artes, tendo a sua denominação sido alterada em revisão estatutária realizada em 1995. Em 1989, foi considerada pessoa colectiva de utilidade pública pelo Governo Regional dos Açores.
Desde 1981, desenvolve a sua actividade no espaço da antiga Igreja de Nossa Senhora da Graça, junto ao Largo de Camões, em Ponta Delgada. Este imóvel, pertença da Região Autónoma, é parte integrante do antigo convento seiscentista da Ordem de Santo Agostinho e é actualmente ocupado, para além da Academia das Artes, também pelo Conservatório Regional de Ponta Delgada.
O processo de cedência do espaço da Igreja conventual à Academia das Artes dos Açores foi autorizado por via da intervenção apaixonada de Luísa Constantina - a sua fundadora -, junto do Governo Regional.
No decorrer destas três décadas foram inúmeras as obras de adaptação, remodelação e beneficiação realizadas neste espaço, com o intuito de aumentar a sua funcionalidade. Mais recentemente, em 2001, a Academia das Artes viu a sua área de gestão ampliada, através da cedência de mais cinco salas, após a transferência da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada para as novas instalações, o que veio permitir a melhoria da oferta e das condições dos ateliers desenvolvidos, nomeadamente, de Gravura, de Artesanato, de Pintura e de Teatro/Dança.
A Academia, como é popularmente conhecida, é uma associação sem fins lucrativos que, desde a sua criação, teve e tem como propósitos: o ensino, a formação, a promoção e a divulgação das Artes Plásticas, do Artesanato, do Património, das Artes de Palco, entre outras manifestações de índole cultural.
A ambição de fundir as tradições locais, artísticas e artesanais, com a contemporaneidade foi o fundamento que esteve na origem da Academia das Artes dos Açores e foi amplamente defendido pela sua mentora - a artista Luísa Constantina.
Em Novembro passado, na sessão comemorativa do 30º aniversário da Academia das Artes, foi
lançado Um Pacto com as Artes, um livro da autoria da
Professora Leonor Sampaio que é, nas palavras de Vítor dos Reis, «(…)
uma viagem por trinta anos de vida de uma instituição e (…)
um olhar sobre a obra e a personalidade da sua fundadora. (…)». Um registo que conta a «(…)
história de uma instituição fundamental da cidade de Ponta Delgada e do arquipélago dos Açores» mas que é, simultaneamente, «(…)
uma análise da arte, do ensino artístico e da cultura no período a que se reporta». E através do qual verificamos que o papel da ADA «(…)
contribuiu decisivamente para a construção e afirmação dessa contemporaneidade».
O documento produzido por Leonor Sampaio é um instrumento fundamental para a compreensão do Presente.
A Academia já não é o único espaço de intervenção artística e criativa no arquipélago, mas não deixou de constituir-se, para os artistas locais, como um espaço de referência e um ‘porto de abrigo’. Aliás, na génese da sua fundação esteve o despertar da comunidade local para as Artes. Passados 30 anos, este desígnio cumpriu-se, em parte, subsistindo outros por concretizar, sendo que os pressupostos iniciais se mantêm actuais.
Nestes anos têm sido muitos os artistas acolhidos, entre locais e nacionais, consagrados e amadores, num espaço gerido de forma irrepreensível, sobretudo, pelo carácter voluntário e gracioso de quem tem estado à frente dos destinos da instituição.
A maioria dos artistas plásticos que hoje são referência nos Açores passou pela galeria da Academia das Artes, quer como artistas, quer como formadores e, muitos, como dirigentes.
Nesta medida, e como manifestado na reunião plenária de Janeiro’11 da
Assembleia Legislativa Regional dos Açores, pareceu de elementar justiça ao
grupo parlamentar do Partido Socialista apresentar um
voto de congratulação pelo 30º Aniversário da Academia das Artes dos Açores, realçando o contributo, o ‘inconformismo’ e a importância da Academia e dos seus dirigentes, ao longo destas três décadas ao serviço do ensino e da divulgação cultural nos Açores.
* Publicado na edição de 17 Fev'11 do
Açoriano Oriental
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