O que é que Barcelona, as ilhas Baleares e Sintra têm em comum? Aparentemente nada, substantivamente tudo.
Assistimos, nestes três locais, a protestos distintos, mas
cuja matriz é similar: motiva-os o turismo excessivo e a consequente perda de
qualidade de vida dos residentes destas cidades (e regiões).
Nos Açores, afirmamos não querer ser um destino turístico massificado, mas a nossa acção colectiva aponta em sentido contrário.
Apesar da distância a que nos encontramos, os efeitos da
intensificação da actividade turística já se fazem sentir e nem os conseguimos
ignorar, sejam eles no congestionamento do trânsito (e da presença do número exponencial
de carros de aluguer), ou no aumento do custo de vida, em particular, na
habitação.
Nada tenho contra o turismo, nem contra quem dele vive, bem
pelo contrário.
O que importa ressalvar é que a gestão do espaço (e do
interesse) público não se faz por osmose; implica discussão e planeamento,
fugindo à simplificação de toda a política pública (local e regional), que tem
por justificação o turista e não o residente.
Fluímos ao sabor da maré (cheia), inebriados por uma ilusão
momentânea.
[+] publicado na edição de 26 julho 2024 do Açoriano Oriental
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