sexta-feira, 30 de abril de 2010

Em ruínas


Foto CA

Este episódio veio colocar a descoberto o estado calamitoso em que se encontra parte significativa do centro histórico de Ponta Delgada. E deu prova daquilo que é visível e que se torna cada vez mais previsível.

O ónus da recuperação é, nas palavras do responsável pela protecção civil do munícipio, no local (vereadores ou outras patentes, nem vê-l@s!), repassado aos privados, apenas e só. Não posso estar menos de acordo com esta posição egoísta.

Em Lisboa, apenas a título de exemplo, existe uma sociedade de reabilitação urbana que dá apoio técnico e promove a dinamização de uma determinada zona da urbe que carece de intervenção. O município não fica à espera do munícipe e age em conformidade com as suas necessidades. Por cá ficamos pelo anúncio e pela fotografia.

Ponta Delgada precisa muito mais do que isentar taxas e publicitar que viver no centro histórico é "moda".

Há quem não queira ver (ou ler) as evidências e prefira sacudir a água do capote. É, de facto, mais fácil.

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1 comentário:

Diogo Lima disse...

O sucesso de uma sociedade de reabilitação urbana não se encontra apenas no acto de a constituir, é preciso que haja vontade dos intervenientes (públicos e privados) e que as políticas a adoptar vizem um mesmo objectivo. Digo isto, pois acho que a SRU de Lisboa Ocidental não é o melhor exemplo que Ponta Delgada deveria seguir. Casos como o do Porto ou de Coimbra têm demonstrado melhores resultados e garantem não só uma recuperação do património edificado, como um aumento do número de residentes nestas áreas. Estas políticas também permitem uma reutilização destes espaços para outros fins que não apenas a habitação, algo que a longo prazo atribuiu uma nova vida e um novo carácter a estes espaços urbanos, hoje desajustados aos novos paradigmas sociais e urbanos.