São Miguel, Açores, Agosto'11 |
Chego ao fim d'este querido mês de Agosto com uma triste constatação: estive muito tempo fora de água e a maior parte do tempo mergulhado numa sauna.
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São Miguel, Açores, Agosto'11 |
"Governo é como turma liceal de contabilidade aplicada"É por estas e por outras que eu gosto desta mulher.
«(...) a vitalidade das redes, a sua construção permanente como um mapa sempre inacabado, sempre em conexão, modificável a cada momento com infinitas entradas e saídas, é a prova de que a actividade cultural "ao vivo" está em mudança permanente e exige dos Governos e das organizações uma forma de participar muito mais conforme às vontades e às propostas dos sectores culturais onde se incluem as comunidades científicas, artísticas e os trabalhadores culturais.»Não é que seja nada propriamente novo mas a escrita de António Pinto Ribeiro funciona como síntese e como link para outras ligações.
«(...) A eliminação das "golden shares" a troco de nem um cêntimo não foi outra coisa senão uma escandalosa liberalidade ao capital privado. E não se diga que foi imposição da "troika" pois a "imposição" foi aceite, é bom não esquecê-lo, por PSD, CDS e PS e apesar de Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Irlanda, Grécia, Finlândia, Bélgica e Polónia continuarem a manter "golden shares" em empresas estratégicas (provavelmente terão é governos menos servis). (...)»A opinião de Manuel António Pina*, Prémio Camões 2011, toca na ferida e faz reflectir o estado da nossa indignação.
Ponta Delgada, Agosto'2011 |
«Um Estado, os seus governos ou as instâncias que o representam tendem ainda hoje como definição das suas políticas culturais ou da prossecução das mesmas a enunciar uma entidade homogénea, representativa do espaço geográfico que delimita o território nacional desse país e identitária do mesmo. Chamam-lhe a cultura portuguesa, ou a cultura espanhola, ou a uruguaia, etc. e reivindicam sempre para esta entidade a possibilidade de que a mesma tenha um tratamento especial porque é portadora de um projecto nacional visível além fronteiras. É uma atitude e um conceito anacrónico, mas que tem adeptos e porta-vozes nos mais insuspeitos representantes de modernidades políticas e económicas. (...)»Artigo de António Pinto Ribeiro no Ípsilon de 05 Ago'11.
«(...) A culpa é da crise, argumentam os devotos. Será. Só que o Mercado Comum e sucedâneos também nasceram de uma crise, nomeadamente da necessidade da América de conter a URSS nas suas fronteiras e de não deixar que o comunismo alastrasse para Ocidente. Em última análise, a vontade e o poder económico e militar americano fi zeram a "Europa", como hoje o desinteresse e o declínio americano a desfazem. Para lá da ridícula pretensão de tornar a UE uma terceira potência mundial (ainda por cima desarmada) entre a América e a URSS, a verdade é que sem a força integradora da "guerra fria", a "Europa" não existiria. Com o colapso da URSS e do império soviético, essa força desapareceu e as velhas divisões do continente voltaram logo à superfície. A famigerada "falta de solidariedade" de que tanto se queixa Portugal não passa do regresso a uma história interrompida. Uma história em que a "Europa" já não é necessária.»
Nos corredores da ALRAA, Horta, Julho'2011 |