«(...) A culpa é da crise, argumentam os devotos. Será. Só que o Mercado Comum e sucedâneos também nasceram de uma crise, nomeadamente da necessidade da América de conter a URSS nas suas fronteiras e de não deixar que o comunismo alastrasse para Ocidente. Em última análise, a vontade e o poder económico e militar americano fi zeram a "Europa", como hoje o desinteresse e o declínio americano a desfazem. Para lá da ridícula pretensão de tornar a UE uma terceira potência mundial (ainda por cima desarmada) entre a América e a URSS, a verdade é que sem a força integradora da "guerra fria", a "Europa" não existiria. Com o colapso da URSS e do império soviético, essa força desapareceu e as velhas divisões do continente voltaram logo à superfície. A famigerada "falta de solidariedade" de que tanto se queixa Portugal não passa do regresso a uma história interrompida. Uma história em que a "Europa" já não é necessária.»
A leitura de Vasco Pulido Valente, no Público de 05 Agosto'11, não deixa de ter o seu quê de premonitório.
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