«(...) Chega-se ao fim deste exercício penoso de vacuidade e pretensiosismo sem se perceber o que vai fazer o SEC. A tomar à letra a entrevista que deu, o SEC vai seguramente continuar a divagar sobre os conceitos e os lugares-comuns que tanto preza, e a fazer o que pode na gestão corrente e apertada das instituições que tem sob a sua alçada e cujo funcionamento parece desconhecer. Sobretudo no que respeita às instituições mais patrimoniais — arquivos, bibliotecas e museus —, bem como no que se refere a uma política para o livro, este SEC, a exemplo dos seus antecessores, parece interessado em abandoná-las ao seu próprio destino. Qual grande pensador preocupado com os caminhos da globalização e da Europa, sem esquecer a discussão filosófica acerca dos modelos da “democracia ateniense” — que, devo confessar não me emocionam, mau grado o seu carácter hilariante —, a falta de peso e de meios de que dispõe porventura não lhe deixam alternativa. E é pena! No lugar que ocupo, como leitor assíduo da Biblioteca Nacional, consigo ver o empenho de tantos agentes — votados a si mesmos, desconsiderados e abandonados por quem de direito — e o estado de abandono em que se encontra o nosso património bibliográfico. Nada de hilariante existe nesta constatação, que só me resta denunciar de forma muito séria como um acto de pura irresponsabilidade.»A ler o texto do historiador Diogo Ramada Curto na edição de 22/02/2013 do Público.
Para quem não leu aqui fica a entrevista ao SEC - Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, concedida ao mesmo jornal.
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