«Os Açores são o Portugal paradigmático. E a consideração faz sentido, uma vez que se trata da criação de uma sociedade em laboratório, através de um povoamento a partir do século XV de ilhas desertas, há muito conhecidas, mas só tornadas habitáveis depois da possibilidade de haver navegações «de ir e voltar» no complicado Atlântico Norte, que apenas se tornou acessível com a introdução dessa pequena maravilha da técnica náutica que foi a caravela. E se falo de um «Portugal paradigmático», tenho de lembrar o cadinho de várias influências e de vários povoamentos, à semelhança da encruzilhada de povos da Finisterra peninsular. E ainda há, a unir Portugal e os Açores, a insularidade, bem sentida, por razões naturais, no arquipélago, mas, por razões de carácter, no continente (com fronteiras definidas por D. Dinis), onde a terra se acaba e o mar começa. (...)»A crónica de Guilherme d'Oliveira Martins ao JL (de 15 a 28 Dez'10).
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