Os actuais movimentos migratórios foram tema para um debate recente, alicerçado nos anseios dos que nos procuram e nos receios de quem acolhe.
A deriva securitária que assola as democracias ocidentais
face aos “novos invasores” é campo fértil para quem visa capitalizar dividendos
políticos, no exacerbar de posições conservadoras, identitárias e populistas.
No passado domingo, o jornal Público publicou uma reportagem
sobre os efeitos da redução do Rendimento
Social de Inserção (RSI) e o aumento dos indicadores de desigualdade no
arquipélago. Segundo o INE, os Açores são a região mais desigual do país e foram
a única zona, a par com Lisboa, onde a pobreza se agravou entre 2021 e 2022.
Estes dois assuntos, aparentemente distintos, estão intimamente interligados,
porquanto nos convocam para a importância de bem acolher quem aqui chega de
novo, sem negligenciar (menosprezar ou depreciar) os que menos têm e que aqui
residem, como não poucas vezes acontece.
Independentemente do nosso lado da barricada, importa
promover, entre nós, a discussão e a reflexão públicas, com impacto futuro, de
temas do presente.
[+] publicado na edição de 21 junho 2024 do Açoriano Oriental
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