Na espuma destes dias Atlânticos por vezes existem assuntos que passam incólumes. São puro e simplesmente considerados não assuntos. Ou talvez porque o “setting” que faz a “agenda” converte-os em secundários.
Alguns exemplos. Mais um ano no Campo de S. Francisco. E quase o mesmo ritual. Nada como mudar para que tudo fique na mesma. Falo das Festas do Senhor Santo Cristo. Não propriamente do figurino religioso mas da vertente profana aquela que porventura é tida como uma romaria para o negócio. E daí já nem sei, pois todos os anos ouvimos dizer que “está cada vez pior”. E pior como e porquê? Às tantas porque o público não será o mesmo ou se é o mesmo será que quer o mesmo de há 20 ou mais anos? Não obstante os “públicos” que acorrem às festas existem coisas que não mudam. Refiro-me concretamente à falta de casas de banho públicas disponibilizadas e da higiene. A comummente apelidada avenida do Coliseu enche-se de barraquinhas de comes e bebes para satisfazer os desejos de iguarias que são, cada vez mais, raras nas ementas habituais. Um desejo legítimo. Convinha é que tal fosse acompanhado de um apoio condigno. E tal não acontece. Embora haja melhorias nas condições apresentadas é preciso inovar o conceito e quiçá o local de implantação das referidas “barraquinhas”. Outro aspecto condenável é, como referi anteriormente, o número de casas de banho disponíveis cuja opinião popular é transversal a todos (ou quase todos): “Não se justifica que exista apenas uma casa de banho pública numa festa com esta dimensão” (Açoriano Oriental de 19.05.09).
É incompreensível este estado de coisas. Um problema que se arrasta e uma situação que se prolonga durante as chamadas Noites de Verão no Campo de S. Francisco. A incapacidade em ultrapassar situações como esta é confrangedora. Por estes dias Ponta Delgada foi, pelas razões evocadas, tudo menos aqui que apregoa ser (e aparenta parecer) - uma cidade sustentável.
PS Arrancou a campanha eleitoral para as eleições europeias que se realizam no próximo dia 07 de Junho. Os candidatos perfilam-se e para além de toda e qualquer opinião que possamos ter em termos políticos importa que cada um de nós exerça o seu dever de cidadania e vá votar. A Europa não é algo intangível. A sua influência determina em muito o nosso quotidiano e determinará, quer queiramos quer não, o nosso futuro. A participação coloca as pessoas primeiro. E é pelos Açorianos, na Europa. * edição de 26/05/09 do
AO** Email
Reporter X*** Foto X
André Frias/Contratempo*** O X no Twitter
Twitter X#