Em Dia Europeu sem Carros, recordamos todos, sem excepção,
individual e colectivamente, aquilo que afirmamos querer mas que na prática não
fazemos (acontecer).
Existe no arquipélago um enorme preconceito (e estigma) em
relação ao uso de transportes públicos, no qual o investimento realizado não
garantiu uma solução integrada.
Para quem não tem alternativa de transporte e tem de se
socorrer do autocarro para ir trabalhar, paga um serviço caro e que, na maioria
das vezes, não dá resposta, nem contribui para a qualidade de vida dos
utilizadores (em termos de frequências e de horários).
O desafio (presente) passa pela ambição de querer mudar, trabalhando
com as partes interessadas, no sentido de perceber como é que implementamos (de
forma equilibrada) uma “reforma profunda e estrutural dos transportes coletivos de passageiros”, como defende o líder do maior partido da oposição.
Nos Açores, nesta matéria, nem está tudo feito, nem tudo por fazer e, não existindo soluções simples, o impulso terá mesmo de ser de quem governa, algo que (hoje) não se vê, nem se fala.
[+] publicado na edição de 22 setembro 2023 do Açoriano Oriental