Em Ponta Delgada, as obras do Mercado da Graça arriscam-se a
ser de Santa Engrácia, tal tem sido a morosidade do processo e do imbróglio (político
e burocrático) em que o mesmo se transformou.
A situação provisória é indigna, sobretudo, para quem lá
trabalha todos os dias. Isto sem falar no prejuízo infligido aos comerciantes
que desesperam por uma luz que os faça sair do buraco em que os meteram.
No processo preparatório para a renovação do “farmers market”,
teria sido útil uma frutuosa reflexão sobre o uso futuro do espaço, nomeadamente,
se o mesmo cumpria com as necessidades actuais ou se, eventualmente, deveria
ser deslocalizado para uma zona urbana a necessitar de reabilitação, dotando-o
de outra dimensão e melhores condições de acessibilidade.
As cidades são feitas de mudanças, e aqui, como nas obras no
centro histórico, importa(ria) concretizar estes projectos com recurso a um
plano estratégico, com um reposicionamento transversal e visionário, ao invés
de uma operação de cosmética (de duvidosa utilidade) para turista ver.
Para que isto possa acontecer, faltará, também, ao executivo
municipal, nesta e noutras dimensões, saber fazer.
[+] publicado na edição de 8 setembro 2023 do Açoriano Oriental
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