sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Reflexão

Recordes. Todos os meses são conhecidos os números de passageiros desembarcados nos aeroportos dos Açores, nas escalas de cruzeiros ou nas dormidas em alojamento turístico. 

A tentação é grande, mas não somos um caso isolado. A procura por experiências em novos destinos, tem sido a tendência do turismo global no pós-pandemia. 

Esta aparente euforia num crescimento desmedido comporta riscos (acrescidos) e, para além de uma sólida planificação, deve levar a uma ampla reflexão. 

É um erro encarar o arquipélago como um território uniforme, em que a realidade experienciada pode ser vendida por igual. 

Considero irresponsável perspectivar um crescimento infinito, alimentado por uma ânsia (gananciosa) de curto prazo e por um movimento contínuo na proliferação de empreendimentos turísticos, sem garantir as condições (mínimas) para um acolhimento diferenciado e sustentável (um conceito que implica compromisso, mas que hoje, malogradamente, já não significa grande coisa). 

Já aqui o escrevi, e há que dizê-lo as vezes que for necessário, replicar o mesmo modelo de desenvolvimento por todas as ilhas, sem olhar às suas especificidades (particularismos e autenticidade), é uma receita para o desastre.

[+] publicado na edição de 7 julho 2023 do Açoriano Oriental

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