quinta-feira, 17 de junho de 2010

Intolerável













«Obras por concluir, redes de metal arrancadas, sanitários vandalizados, entulho e lixo é o cenário que espera os locais e os turistas que neste início de Verão desejem frequentar o Parque de Campismo das Sete Cidades. (...) Arsénio Roque, presidente da junta de freguesia das Sete Cidades, está consciente das limitações e dos problemas que afectam o campismo local, mas admite que, de momento, não tem verbas para inverter a situação. "Sei que dá mau aspecto à freguesia e à ilha de São Miguel, é uma vergonha, mas a Junta de Freguesia não tem capacidade financeira para pagar um guarda. Portanto, o parque é gratuito e não vigiado, e se for necessário cobrar entrada é preciso oferecer outras condições. Mas, não temos dinheiro. Vou falar com a Câmara e com a Secretaria para ver o que se pode fazer", conclui o autarca.»
Esta notícia, publicada no Açoriano Oriental na sua edição do passado sábado, reflecte as assimetrias que se vivem no "maior concelho dos Açores".

O processo associado às obras do parque de campismo da freguesia das Sete Cidades é longo, tem vindo a ser adiado e a ‘prioridade’, como agora se comprova, a ser adiada. Isto apesar das declarações da presidente da edilidade, em Mar’09, aludirem para a sua conclusão "em breve". Pelos vistos não estão.

Ninguém questiona que, nos últimos anos, este espaço tem sido alvo de inúmeros actos de vandalismo e mau uso. Mas parte desse problema reside no facto de não existir manutenção, vigilância e uma gestão adequada. É um espaço já de si abandonado por quem por ele devia zelar. E isso não é admissível.

O problema já tinha sido sinalizado há muito.

O que importa aqui reter é que a entidade gestora não acautelou o essencial, ao não atribuir recursos à Junta de Freguesia que sejam compatíveis com as suas responsabilidades, bem como, o próprio alheamento do município e a evidente falta de capacidade da Freguesia para o gerir. Assim como, a notória falta de civismo dos utentes e a angustiante situação socioeconómica vivida no local.

Numa palavra - esta é uma situação intolerável. Quer para quem nos visita, quer para os locais que usufruem de uma das 'maravilhas naturais ' de São Miguel e dos Açores.

Nem imagino o que diriam os jornais se esta fosse uma 'responsabilidade' governamental...

* Foto Açoriano Oriental

#

Sem comentários: